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     04/05/2024            
 
 
    

Quando o governo se pronuncia a respeito dos números de feijão em época de abundância a influência é muito pequena. Porém,  quando a oferta é menor a influência acaba sendo nociva, pois faz uma parcela do mercado acreditar nos números que indicam um volume maior do que na verdade teremos. Isto implica em  postergar compras e, algumas vezes, ficar desabastecido na expectativa de que a qualquer momento o preço pode ceder,  uma vez que os números indicam safra cheia. Por outro lado,  algumas notícias forçam o produtor a vender assim que colhe,  deixando de captar uma margem melhor. 
 
A notícia do leilão de 180 mil toneladas pelo Governo Federal afetou a cadeia produtiva, mas não há mais tempo para  eles dêem jeito no mercado. Além disso,  esse número não é real, e se fosse,  sustentaria apenas um mês de consumo no Brasil. No site da própria Conab pode-se verificar que das 145.138.909 toneladas de feijão carioca  disponíveis,  100 mil toneladas estão reservadas para doação para países que tenham problemas de déficit alimentar (como Haiti) e  25.783.040 fazem parte do PAA, por isso só podem ser usados em programas internos de ajuda alimentar. Sobraram, portanto, 19.355.869 toneladas que podem efetivamente ser leiloadas agora.
 
O Governo ainda não encarou a realidade de que esta safra de feijão será menor que a do ano passado  mas, a cada revisão, os números divulgados pela Conab estão menores. Não há saída a não ser aceitar isso. Somente em Março o governo agiu com PEP e  AGF.  Tarde demais.  A redução de área foi de mais de 35% e ainda veio a estiagem que levou mais 25%.  O ano será de altas.

A novidade dos leilões pode até levar a  um leve recuo nos preços, porém, em seguida,  a dura realidade irá surgir. Mesmo importando feijão preto da China e Argentina,  haverá  inflação da cesta básica no segundo semestre.

Até mesmo os números divulgados pela Conab mostram que o volume total de feijão disponível este ano é bem menor que o de 2008, quando os preços do feijão atingiram os R$ 250 a saca. E não há porque acreditar na idéia de que o consumo irá cair mais de 6% este ano, com a economia crescendo, e o índice de empregos aumentando.

Os números do governo não condizem com a realidade do mercado e do campo. É necessário desenvolver mecanismos de levantamento de safra realmente eficazes. Isso deve ser prioridade neste mercado.

Somente com informações corretas poderemos desenvolver mecanismos que evitem que o produtor em um momento venda por R$30 e, em outro, a R$ 160 a saca no mesmo ano,  prejudicando o consumidor que ao pagar caro é desestimulado a continuar consumindo. Este é outro tema pertinente.  Precisamos urgentemente de uma campanha nacional para resgatar o habito de continuar consumindo feijão. Seria extremamente importante iniciar uma mobilização dos Ministérios da Saúde, da Agricultura e do Desenvolvimento  junto com a iniciativa privada e órgãos como o Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe) para aumentar o consumo de feijão. Um movimento perene junto as escolas e todos os formadores de opinião. Como nunca se fez nada neste sentido temos  ainda um mundo de oportunidades e necessidades.

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